16-02-2024 19:11

Sabia que o edifício sede e onde atualmente funcionam os serviços de atendimento do GAF é um edifício cuja construção remonta aos inícios do século XX, que foi sendo reabilitado e adaptado de formas sustentável ao longo dos tempos? Este espaço, que mantém ainda muito da sua traça original, alberga hoje dez equipas de trabalho e espaços de receção e atendimento de clientes. É aqui que se concentram saberes e experiências e que mais de metade dos funcionários de GAF desenvolve a sua atividade diária.
Esta era a casa da Dª Merícias que foi entretanto doada à Ordem dos Carmelitas Descalços de Viana do Castelo e cedido ao Gabinete de Atendimento à Família (GAF).
In Memoriam
"Recordo-me, correndo o risco de alguma imprecisão cronológica e até factual, de por volta dos anos oitenta, acompanhar os meus pais numa visita à Dª. Merícias, senhora pertencente a uma família abastada e de pergaminhos com raízes em Ponte de Lima.
De trato afável e temente a Deus, mantinha com meus pais uma relação afetuosa, suspeito que forjada em contextos de igreja. Julgo que era viúva, sem filhos e que vivia com uma governanta na casa onde atualmente se situa o Gabinete de Atendimento à Família (GAF).
D. Merícias doou a casa à Ordem dos Carmelitas Descalços (OCD). Essa doação piedosa, cujos termos desconheço mas que presumo destinada a fins de caridade, permitiu à OCD, por finais dos anos noventa, celebrar um contrato de cedência graciosa por um período de 30 anos, renovável, para instalação do GAF.
A construção da casa deve remontar a inícios do século XX, obedecendo ao modelo de arquitetura da época: rés-do-chão destinado a adega e arrecadações, pisos superiores ocupados pelos proprietários e um sótão ou águas furtadas destinada à criadagem. Na sua traça, destacam-se algumas paredes pintadas com elementos decorativos, tetos ricamente trabalhados em estuque e vãos e pavimentos em madeira nobre envernizada ou lacada.
Se pelos finais dos anos noventa a casa, com pequenas obras de beneficiação e de adaptação, serviu para instalar o GAF, hoje (...) já se apresenta não só de “cara lavada” mas com instalações mais seguras e funcionais permitindo aos seus colaboradores espaços de trabalho mais confortáveis e melhor equipados para poderem continuar a dar resposta às necessidades daqueles que, desprovidos de recursos e estigmatizados pela sociedade, encontram no GAF um porto de abrigo, uma casa."
José Miguelote C. Monteiro
Secretário da Direção do GAF
(texto inicialmente publicado em 2018)