21-06-2024 09:00

Perante as mudanças verificadas ao nível do conhecimento científico e dos avanços da medicina nos últimos 30 anos, em particular na área da infeção por VIH/SIDA, o CAPS VIH/SIDA do GAF foi ajustando a sua intervenção quer à legislação em vigor e às normativas nacionais e internacionais, quer às necessidades das pessoas acompanhadas a nível distrital, procurando acompanhar este processo de transformação.
Pelo facto do GAF cumprir 30 anos de existência em 2024, propusemo-nos refletir sobre os desafios vividos nos últimos 30 anos, imbuídos do espírito de missão com que temos contribuído para a redefinição da história do VIH em Portugal:
- Integração do Programa Nacional para infeção VIH/SIDA na Direção Geral Saúde (DGS)
- Do tratamento exclusivos de pessoas CD4+ abaixo dos 350, passou-se para o tratamento para todas as pessoas independentemente do número de CD4+
- De um cocktail de fármacos diário, as pessoas infetadas tomam apenas um comprimido por dia para combater a infeção
- Surgiram fármacos genéricos, reduzindo custos/despesas do Estado neste âmbito
- As pessoas infetadas e as doentes de Sida passaram a ter uma esperança média de vida equiparada à de uma pessoa não infetada
- Constata-se que a TARV permite controlar a carga viral e por isso, hoje, uma pessoa em tratamento com carga viral indetetável não transmite o vírus (Indetetável = intransmissível)
- Promoção da adesão à terapêutica através de medidas de distribuição dos fármacos mais facilitadas e de proximidade _ possibilidade de recolha dos fármacos em farmácias comunitárias, ou nos centros de saúde ou entidades de cariz social existentes nas comunidades locais das pessoas infetadas
- Teleconsulta
- Adesão à terapêutica mais facilitada pela melhoria dos fármacos (quer em termos de eficácia quer na redução dos efeitos secundários)
- O VIH é considerado uma doença crónica
- Luta contra o estigma e discriminação de pessoas infetadas _ Criação do Centro Antidiscriminação VIH e SIDA
- Aposta nas medidas preventivas:
- Promoção do acesso ao teste de rastreio rápido quer ao nível do SNS quer das entidades da Sociedade Civil (surgiu a Rede de Rastreio Comunitária)
- Disponibilização do autoteste nas farmácias comunitárias
- Divulgação e acesso à PrEp e à PPE
- Acesso aos materiais preventivos (preservativos masculino e feminino, gel lubrificante)