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Sabia que o Convento de N.ª Sr.ª do Carmo em Viana Celebra 400 anos?

23-07-2021 17:41






Sabia que já decorreram 400 anos da presença dos carmelitas descalços em Viana do Castelo, tendo a primeira pedra do Convento de Nossa Senhora do Carmo sido lançada no dia 16 de julho?

As origens da Ordem do Carmo estão relacionadas com as peregrinações ocidentais à Terra Santa, com as cruzadas organizadas em defesa dos Lugares Santos, bem como com a vida eremítica que se estabeleceu no Monte Carmelo, durante os séculos XI e XII. O Monte Carmelo, situado na região da Galileia, é um santuário antigo, onde se situa a Gruta do profeta Elias e no qual e pelo qual se celebra a beleza de Deus e de Maria.




A partir de meados do século XIII, com o agravamento dos conflitos na Palestina, entre cristãos e muçulmanos, os carmelitas viram-se forçados a abandonar a Terra Santa, expandindo-se rapidamente por toda a Europa. Reunidos em Capítulo Geral, os Carmelitas, tendo modificado e corrigido o texto da Regra de Santo Alberto, a fim de melhor corresponder às novas circunstâncias de vida dos religiosos, rogaram ao Santo Padre a sua aprovação. A principal mudança dizia respeito à não obrigatoriedade de terem que escolher locais isolados, como até então, para a implantação de novas fundações, bem como à necessidade de lhes ser possível assumir a dimensão de vida ativa da Ordem, diminuindo o pendor eremítico e acentuando o cenobítico. Com este modo de proceder, os Carmelitas aproximavam-se cada vez mais de uma forma de vida mendicante ainda que continuassem a manter um fervor marcadamente contemplativo. A evolução da Ordem, no sentido de uma integração plena nas ordens mendicantes, parece estar concluída no princípio do século XIV. Nesta altura, os Carmelitas já estavam inseridos em todo o tipo de atividades pastorais, como o ensino, a pregação e o serviço em paróquias.

Há, contudo, dúvidas quanto às datas do aparecimento desta Ordem em Portugal. Alguns autores indicam que teriam iniciado a sua presença em Portugal, no ano 1251, no Convento de Moura. Sobre o segundo Convento Carmelita, o de Lisboa, existe muita documentação que certifica a sua fundação, no ano 1386. A partir daqui, a Ordem Carmelita proliferou, progressivamente, por todo o País, sob a tutela da missão: «Ide por todo o mundo …».


 

A chegada a Viana do Castelo...

A Ordem dos Carmelitas Descalços também chegou a Viana do Castelo. A entrada oficial aconteceu no primeiro dia de Julho de 1618, começando a sua vida de comunidade numas casas alugadas na Rua da Bandeira. Aqui viveram perto de sete anos passando depois para o atual convento, sendo prior o Padre Frei António das Chagas. Numa comunidade, tão simples e tão humilde, os gastos mais avultados realizavam-se em obras de manutenção, ampliação e melhoramento do convento e da igreja. Mas não podemos esquecer outras obras de referência, realizadas por esta comunidade, como o aqueduto, começado a construir no triénio do Padre Frei Guilherme de Jesus Maria, entre os anos 1712-1715 e que, desde a capela de Santo Eliseu, sita na ladeira de Santa Luzia, trazia a água para o convento e o fontanário público do Carmo que a comunidade abriu, juntamente com a Câmara, em 1713, junto à linha do caminho de ferro fazendo esquina com a Rua da Bandeira e que atualmente se encontra nas traseiras do Templo de Santa Luzia.

Por decreto exarado a 26 de maio de 1834 por Joaquim António de Aguiar, a comunidade dos Carmelitas Descalços de Viana do Castelo foi extinta tendo acontecido a saída do último irmão do convento no dia 19 de junho desse ano. Com a exclaustração, o Estado tomou conta do Edifício Conventual tendo sido cedido o uso da igreja e algumas dependências à Confraria de Nossa Senhora do Carmo fundada em 1640 e que em 1857 passou a Ordem Terceira do Carmo, tendo como primeiro comissário o Padre Frei João de Santa Teresa, que muito bem a administrou até ao regresso da Ordem dos Carmelitas Descalços a Viana do Castelo. Depois da República, o convento passou a propriedade da Câmara. Por aqui estacionaram os soldados, em tempo de espera, para se dirigirem para a Primeira Guerra Mundial. Aqui também funcionou, durante alguns anos a escola pública, no que é atualmente a Biblioteca.

A 13 de junho de 1932 chegava a Viana do Castelo o padre Frei José Rodrigues Mañaricúa procedente de Elvas, para tomar a seu encargo a igreja do Carmo e suas dependências. As ruínas do Convento e os terrenos que faziam confrontação foram comprados pelo padre Frei José Rodrigues Mañaricúa. Depois de os adquirir decidiu restaurar o convento e construir aí o Seminário Missionário Carmelitano. O Padre Frei Isidoro Maguna continuou as obras e teve a felicidade de as ver concluídas e a funcionar como seminário em novembro de 1953, com 70 alunos no primeiro ano. A inauguração oficial aconteceu no dia 3 de janeiro de 1954. Passados mais de 30 anos, o Seminário Missionário Carmelitano voltou a receber obras de renovação para oferecer melhores condições. No dia 13 de novembro de 1993 foram inauguradas as obras mais recentes, com a presença do senhor Bispo da Diocese, D. Armindo Lopes Coelho, do Governador Civil e Presidente da Câmara.

Este ano comemora-se, portanto, os 400 anos do lançamento da primeira pedra do Convento e 70 anos da construção do Seminário Missionário Carmelitano!

Fonte: Boletim da Espiritualidade dos Carmelitas Descalços - N085 - 2021 Jul - Extra
Consultar: Arquivo Boletim da Espiritualidade dos Carmelitas Descalços

 

 

 

 

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