Sabia que no dia 12 de junho se assinala o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil?
12-06-2020 19:18
Sabia que no dia 12 de junho se assinala o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil?
"Uma em cada dez crianças no mundo trabalha em trabalho infantil..."
O Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil foi criado pela OIT - Organização Internacional do Trabalho (que faz parte da Organização das Nações Unidas) que instituiu a data em 2002. Esta efeméride, que é celebrada no mesmo mês que o Dia Mundial da Criança, tem como objetivos alertar a população para a realidade de muitas crianças (as quais são obrigadas a trabalhar no seu dia-a-dia quando a sua rotina deveria ser ir à escola), bem como agregar esforços num movimento global para a eliminação do trabalho infantil.
Crianças de todo o mundo estão rotineiramente envolvidas em formas de trabalho remuneradas e não remuneradas que não lhes são prejudiciais. No entanto, são classificados como crianças trabalhadoras quando são muito jovens para trabalhar ou estão envolvidos em atividades perigosas que podem comprometer seu desenvolvimento físico, mental, social ou educacional.
Nos países menos desenvolvidos, pouco mais de uma em cada quatro crianças (de 5 a 17 anos) está envolvida em trabalhos que são considerados prejudiciais à sua saúde e desenvolvimento.
A África ocupa a posição mais alta, tanto na percentagem (um quinto), como no número absoluto de crianças em trabalho infantil (72 milhões). A Ásia e o Pacífico ocupam o segundo lugar mais alto (7% de todas as crianças e 62 milhões em termos absolutos estão em trabalho infantil nestas regiões).
Este ano, a ONU celebra o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, com o tema: “Covid-19: Proteja as crianças do trabalho infantil, mais do que nunca”. A pandemia do COVID-19 e o consequente choque económico e no mercado de trabalho estão a ter um enorme impacto na vida e nos meios de subsistência das pessoas. A crise pode levar milhões de crianças vulneráveis ao trabalho infantil. Já existem cerca de 152 milhões de crianças em trabalho infantil, das quais 72 milhões estão em trabalhos perigosos. Atualmente, essas crianças correm um maior risco de enfrentar circunstâncias ainda mais difíceis e trabalhar mais horas... mais crianças podem-se envolver em atividade perigosas e de exploração. E a situação pode ainda agravar as desigualdades de género, levando meninas mais vulneráveis à exploração no campo e no trabalho doméstico.
Apesar do número de crianças trabalhadoras ter diminuído em 94 milhões desde 2000, com a Covid-19 o objetivo de “desenvolvimento sustentável" estabelecido pela ONU, que prevê o fim do trabalho infantil em todas as suas formas até 2025, fica ainda mais longe. A pandemia pode levar ao primeiro aumento deste indicador após 20 anos de progresso, segundo a OIT e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.
Um documento conjunto da OIT- UNICEF sobre o impacto do COVID-19 no trabalho infantil, lançado hoje, analisa alguns dos principais canais pelos quais a pandemia provavelmente afetará o progresso em direção à erradicação do trabalho infantil.
O caso da menina Zohra
"O brutal assassinato de Zohra Shah, uma menina de oito anos de uma família muito pobre de uma aldeia de Punjabno Paquistão, explorada como empregada doméstica, recordou ao mundo mais uma vez o dramático fenómeno do trabalho infantil. A menina morreu no último dia 31 de maio por causa dos castigos físicos dados pelos seus patrões, um rico casal de Rawalpindi. (...) bateram-lhe por ter soltado dois papagaios de uma gaiola. O caso escandalizou e chocou a opinião pública mundial, inclusive parte da sociedade civil paquistanesa (...). Com efeito, a extrema pobreza leva muitos pais a mandar os seus filhos para o trabalho com famílias mais ricas, muitas vezes com a ilusória promessa de escolaridade e educação, como no caso da pequena Zohra."