Sabia que o contexto familiar é determinante para o bem estar das crianças e dos jovens?
25-08-2023 11:18
O desenvolvimento das competência emocionais tem-se mostrado imprescindível, mas se existe contexto em que esse desenvolvimento é efetivamente necessário, é o familiar. As fortes relações estreitas, vulgarmente chamadas de laços emocionais, entre os elementos da família fazem com que seja necessário que todos possam aprender a ser emocionalmente inteligentes com o objetivo de viverem mais felizes e com um maior sentimento de bem estar.
É esperado que os pais sejam uma referência na ajuda do desenvolvimento das competências emocionais dos filhos, uma vez que, são eles os modelos de comportamento. Dessa forma, é imperioso que os pais desenvolvam também eles a sua inteligência emocional, para que melhor possam ajudar os seus filhos nesse processo. A inteligência emocional é conseguida através da educação e desenvolvimento de determinadas competências emocionais que irão contribuir para um melhor e maior bem estar pessoal e social. E que competências emocionais são essas? Nada mais nada menos do que saber identificar, utilizar, compreender e regular as emoções em si próprio e nos outros. Sabemos já, que a educação emocional deve começar o mais cedo possível, portanto, é muito importante o estado emocional da mãe durante a gravidez. Sendo que as relações interpessoais, nas quais se inserem e destacam as relações familiares, são um dos elementos preditivos do bem estar emocional ou da felicidade.
É importante que os pais digam aos filhos coisas relacionadas com as suas emoções, e que, quando as crianças começam a falar, os convidem a falar também eles sobre o que estão a sentir. Com exercícios tão simples, como por exemplo, dizer à criança «vejo que estás triste, eu às vezes também estou triste e está tudo bem» ou «vejo que estás contente, eu também estou muito contente», ajudamos as crianças a dar nome às suas emoções, partilhamos as nossas e conseguimos que a criança associe a emoção a uma situação vivida, o que irá favorecer o desenvolvimento da consciência emocional e da empatia, competências tão necessárias ao bem estar. Sabemos que as emoções são necessárias para a vida já que, nos dão informação sobre algumas características de nós próprios, assim como, do meio ambiente que nos rodeia, promovendo dessa forma o saber ser e o saber conviver. Diversos autores defendem que a par de outros dois eixos – o saber e o saber fazer (estes extremamente contemplados na escola) – o saber ser e o saber conviver, são eixos fundamentais da educação. As instituições de ensino priorizam a divulgação de livros centralizados na aprendizagem intelectual, prestando pouca atenção à construção de materiais que apoiem atividades que promovam experiências gratificantes para as crianças e jovens, portanto, atividades que levem à descoberta das suas potencialidades, dando origem a emoções positivas e conduzindo à auto estima, auto confiança e autonomia.
Os pais ao quererem que os filhos sejam felizes, necessitam tornar-se conscientes de que precisam criar conhecimento e desenvolver as competências que lhes permitam orientar com satisfação os seus filhos. Verem os filhos felizes é um incentivo para descobrir e criar um ambiente de bem estar, procurando continuamente ideias novas para proporcionarem momentos de felicidade. Ao experienciarem a expressão de emoções positivas por parte dos filhos, sentem-se realizados e exploram novas experiências. É indubitável que a educação emocional contribui para um contexto familiar de bem estar, potenciador da felicidade.
Importa repetir e reforçar que o contexto familiar é o contexto por excelência para o desenvolvimento de competências emocionais. Mães e Pais deveriam tomar consciência da sua importância e desejarem formar-se com uma dupla finalidade: por um lado, aprenderem a exercer a inteligência emocional em si mesmos, por outro lado, por estarem determinados a contribuir para que os seus filhos tenham mais inteligência emocional e dessa forma maximizem o seu potencial de bem estar e felicidade.