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Sabia que nas organizações onde não existe igualdade de género, a saúde mental é pior?

24-02-2023 17:51



Sabia que… nas organizações onde não existe igualdade de género, a saúde mental é pior?

Estudos de revisão têm concluído que nas organizações onde não existe um esforço em promover a igualdade de género, a saúde mental é pior. A evidência sustenta que políticas e práticas de igualdade nos locais de trabalho estão associadas a melhores índices de saúde mental nas mulheres. Por outro lado, mulheres e homens exibem níveis semelhantes de dimensões de saúde mental (ex: depressão, ansiedade, stress, bounout, etc.) em organizações que promovem ativamente a igualdade de género (Elwér et al., 2013).

No que se refere a situações relacionadas com o stress ocupacional, o burnout, estado que corresponde a um desgaste e esgotamento físico e mental, causado por situações de falta de autonomia, relações conflituosas e longas jornadas (Nazari et al. 2016), assume contornos de género, já que é uma síndrome influenciada por questões de desigualdade entre homens e mulheres, quer no trabalho, quer fora dele (De Matos & Junior, 2020). Efetivamente, as mulheres continuam sobrecarregadas com tarefas domésticas e familiares, dedicando-lhes mais horas diárias do que os homens: 04h23 vs 02h38 (Perista et al. 2016).

Quanto a perturbações do humor, outros trabalhos (e.g. Kim et al., 2020) revelam que mulheres que sofrem discriminação de género no trabalho têm maior probabilidade de apresentar sintomatologia depressiva, qualquer que seja a natureza da discriminação percebida (ao nível da contratação, promoção, atribuições, salários e demissões).

Assim, as organizações que se preocupam com a saúde mental dos/as seus trabalhadores/as devem equacionar promover, nos seus contextos, práticas de igualdade de género.

Após a realização de um imprescindível diagnóstico do ponto de partida organizacional, identificando o que já é feito a este nível e o que pode ser melhorado, ponderar medidas que incluam, para trabalhadores e trabalhadoras, 1) horários de trabalho flexíveis e apoio aos cuidados a crianças e/ou dependentes; 2) programas de desenvolvimento profissional; e 3) remunerações mais competitivas parece ser determinante, segundo o recente estudo de McKinsey & Company (2023) para atingir a igualdade de género nas organizações.

Este mesmo trabalho demonstra que 75% das mulheres considera muito importante a existência de medidas que potenciem a flexibilidade de horário, o que, por si só, indicia a efetiva desigualdade entre os géneros na prestação de cuidados à família. Portanto, direcionar ações que desconstruam o estereótipo de que “o cuidado é feminino” e que promovam um maior equilíbrio entre mulheres e homens nas tarefas familiares e domésticas contribuirá, certamente, para um uso mais otimizado dos tempos de uns e outras, com impacto na saúde mental de todos/as.




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