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Sabia que é preciso romper o silêncio sobre o suicídio na infância e na adolescência?

08-09-2023 17:48



É preciso romper o silêncio sobre o suicídio na infância e na adolescência

Falar abertamente sobre suicídio, sem tabus, vergonha ou medo do estigma, continua a ser um desafio, particularmente quando se trata de crianças e/ou jovens.
Apesar de ser difícil imaginar que alguém tão jovem experiencie pensamentos e sentimentos tão sombrios, a realidade é que a adolescência, sobretudo, quando pautada por fatores de risco assume -se como um período de particular vulnerabilidade para o risco de suicídio. Segundo a organização mundial de saúde, o suicídio representa a segunda causa de morte de pessoas entre os 15 e 34 anos de idade.

Mas quais são as causas? O que leva alguém a esse ato e como podemos combater este flagelo?
O suicídio é um problema multifacetado, envolvendo fatores de risco individuais, familiares, comunitários e sociais. Alguns fatores de risco não devem ser ignorados: Ameaçar direta (e.g. “vou matar-me”) ou indiretamente (e.g. “quem me dera adormecer e nunca mais acordar”) suicidar-se; Planos e cartas de despedida (incluindo publicações online); Falar sobre suicídio ou sobre a morte; Falar sobre sentir-se desesperado/a ou culpado/a; Afastar-se de amigos e familiares e perder o interesse em sair de casa; Perder o interesse por atividades ou passatempos favoritos; Ter dificuldade em concentrar-se e pensar com clareza; Perder interesse na escola ou atividades desportivas; Irritabilidade, tristeza ou ansiedade; Alterações nos hábitos alimentares e de sono; Manifestar comportamentos auto destrutivos (beber álcool em excesso, consumir drogas, auto mutilar-se…); Manifestar-se subitamente alegre após um período de tristeza.

É importante que a família esteja atenta e possa providenciar a ajuda necessária. Alguns adultos consideram que os/as adolescentes que falam em suicidar-se estão apenas a querer “chamar a atenção”. É importante não ignorar estas afirmações e saber que quando os/as jovens sentem que os seus pedidos de ajuda são ignorados, pode aumentar a probabilidade de, de facto, colocarem em risco a própria vida. Sabemos que entre os/as adolescentes que se suicidam ou pensam em suicidar-se possuem aspetos em comum: estão em grande sofrimento psicológico e perderam a esperança; a morte parece-lhes a única forma de escapar à dor que sentem; sentem-se sozinhos/as, sem qualquer valor como pessoas, querem desesperadamente ser ajudados/as, mas têm receio de falar com alguém e não serem compreendidos/as;

Como pode a família ajudar?

Criar tempo para ouvir e manter as linhas de comunicação abertas; Partilhar e falar sobre o seu dia-a-dia, interesses, opiniões e sentimentos. É importante fazer um esforço para passar mais tempo a dialogar, aproveitando as alturas em que estão mais disponíveis para isso (e.g, uma viagem de carro). Falar sobre Saúde Psicológica e sobre Suicídio. Falar sobre este tema é um desafio que implica desconstruir mitos e eliminar a falta de informação. Ao contrário do que se possa pensar falar sobre suicídio não aumenta o risco de automutilação ou suicídio nem “semeia” essa ideia na cabeça dos/as adolescentes. Pelo contrário, cria uma oportunidade para oferecer ajuda. Oferecer encorajamento e apoio. Faça o/a adolescente perceber que se preocupa verdadeiramente com ele/a, validando os seus sentimentos. Saber que as pessoas significativas compreendem que se sente triste ou zangado/a e que estão disponíveis para conversar (por muito difícil que isso seja), pode ajudar muito. Não ignorar os problemas, nem desvalorize os sinais de alerta , mesmo que lhe pareça ser “apenas” uma “chamada de atenção”. Se está preocupado/a, confie nos seus instintos e não espere apenas que a situação melhore. Conhecer os fatores de risco: negligência e abandono familiar; violência doméstica; exposição a ambientes de stresse crónico; abuso sexual; história familiar de suicídio; problemas de Saúde Psicológica (como a depressão ou a ansiedade); perda recente (morte, divórcio, separação, término de relação romântica); comportamentos de risco (abuso de álcool ou drogas, condução perigosa); bullying ou cyberbullying; sentimentos de desespero e desesperança; baixa auto-estima. Promover os fatores de proteção e prevenir: dedicar tempo a interagir com os/as adolescentes de forma positiva, dando feedback positivo dos seus comportamentos e feitos; promover o seu envolvimento em atividades positivas (e.g atividades desportivas); monitorizar a localização e a utilização das plataformas digitais e redes sociais, com o objetivo de garantir a segurança; falar sobre as suas preocupações, perguntando diretamente sobre automutilação e pensamentos suicidas; Incentivar a realizar atividades que lhes permitam alargar o seu círculo social, conhecendo diferentes amigos/as em diferentes contextos.

Se necessário peça ajuda. Um/a Psicólogo/a pode ajudar a resolver a situação, ajudando o/a adolescente e ajudando a família a ajudar.


CONTACTOS ÚTEIS:

• Número Europeu de Emergência 112

• Serviço de Aconselhamento Psicológico da Linha SNS24 808 24 24 24

• Linhas de Apoio e Prevenção do Suicídio (todas garantem o anonimato)
SOS Voz Amiga Lisboa, das 16h às 24h 213 544 545 - 912 802 669 - 963 524 660

• Vozes Amigas de Esperança de Portugal Das 16h às 22h  222 030 707

Fonte: projeto escola saudavelmente, ordem dos psicólogos portugueses (www.escolasaudavelmente.pt)




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