XXII Jornadas
Vidas entre margens:
Consumos e doença mental, caminhos para a exclusão social
Formação certificada e acreditada para Educadores de Infância, Professores dos Ensinos Básico e Secundário, Professores do Ensino Especial
20 Maio 2016 • Seminário
Auditório Prof. Lima de Carvalho
21 Maio 2016 • Curso
Hotel Flôr do Sal
21 Maio 2016 • Curso
Hotel Flôr do Sal
Apresentação
Desde a sua fundação em 1994, o GAF vem realizando estas jornadas como uma oportunidade de reflexão e integração das suas práticas de intervenção comunitária, sob o olhar distanciado e sustentado de especialistas exteriores à instituição, que com os seus saberes, contribuem para intencionalizar e melhorar a qualidade das intervenções a desenvolver em contexto.
Cada ano, as jornadas focalizam-se numa temática específica dentro das várias áreas onde o GAF vem intervindo, privilegiando preferencialmente alvos de cidadãos vulneráveis, que se encontram nas margens da exclusão social, com o objectivo de lhes devolver a dignidade de pessoas de plenos direitos e deveres, transformando-os em autores e atores das suas próprias histórias de vida na sua relação com os outros.
Nestas XXII Jornadas, sob a responsabilidade da Comunidade de Inserção, optou-se pela temática: "Vidas entre margens: Consumos e doença mental, caminhos para a exclusão social", para tentar compreender os impactos dos consumos de estupefacientes na qualidade de vida pessoal, familiar e social e, sobretudo, analisar os mecanismos sociais de exclusão destes cidadãos no seu processo, sempre difícil, de reinserção socio profissional.
A sociedade em geral, tende a explicar estes percursos de desviância atribuindo a responsabilidade aos mais vulneráveis, num processo “culpabilização da vítima” (Ryan, 1971), reforçando a internalização da culpa, para subrepticiamente não assumir a responsabilização social do cuidado pelo outro silenciando, intencionalmente, que não há pessoa sem família, aprendizagens sem contextos culturais impregnantes e loucura sem ordem social que a produz (Baró,1996). Somos organizados pelas histórias das nossas culturas, das nossas famílias, das nossas comunidades e dos nossos lugares. A atividade humana não se desenvolve num vácuo social, mas está inequivocamente situada num contexto socio-histórico e cultural de significados e relações. Tal como uma mensagem só faz sentido em termos do contexto total em que ocorre, as ações humanas estão embebidas do contexto, do tempo, do espaço, da cultura e de regras tácitas comunitárias que as organizam e orientam. A partir desta constatação, sustentada pela investigação, o GAF, no decurso destes anos, vem desenvolvendo intervenções privilegiando estes cidadãos que são colocados à margem do caminho pelos poderes políticos que vão adiando nas suas práticas reais, em oposição com os discursos explícitos, o bem estar, o sentido de justiça para todos, a dignidade de pessoa e de cidadão participativo.
Estas jornadas, abertas preferencialmente à comunidade local do distrito de Viana do Castelo, pretendem proporcionar momentos de reflexão e formação a todos/as os/as que trabalham em contextos educativos, em ordem à promoção de práticas inclusivas, e ainda, aos profissionais das áreas sociais e humanas que intervêm em equipas multidisciplinares nas várias instituições das comunidades com grupos alvos mais vulneráveis em ordem a devolver-lhes a condição de plenos direitos e deveres.
Agradeço, em nome da Direção do GAF, à equipa técnica da Comunidade de Inserção, nomeadamente à sua coordenadora, pelo trabalho desenvolvido na elaboração do programa deste evento de elevada qualidade científica, apresentando-se como um contributo de formação para educadores e profissionais da intervenção comunitária consciencializando-os de que a sua missão implica uma ação cooperativa com, na e pela comunidade e uma opção inequívoca pelos valores da justiça e da igualdade de oportunidades, devolvendo às comunidades poder e controlo sobre as suas próprias vidas, transformando-as em autores e atores das mesmas.
Assim, dirigimos este convite a todos educadores, profissionais da intervenção comunitária e cidadãos envolvidos na participação ativa na construção de uma sociedade mais justa, solidária e inclusiva, a participarem neste evento que o GAF vos oferece cada ano.
P. Carlos Manuel Gonçalves
Programa
20 Maio 2016
Seminário
Abertura do Secretariado
Comissão de Honra (a confirmar)
Carlos GonçalvesGabinete Atendimento à Família
José Maria CostaCâmara Municipal de Viana do Castelo
Paulo OrfãoCentro Distrital de Segurança Social De Viana do Castelo
António Franklim Ribeiro RamosConselho de Administração da ULSAM
Rui TeixeiraInstituto Politécnico de Viana do Castelo
Manuel BarrosInstituto Português do Desporto e da Juventude
Conferência Inaugural - O Panorama Nacional e Europeu do Consumo de Substâncias Psicoativas
João GoulãoSICAD
Comentador/Moderador Jesus Cartelle FernandezClínica Outeiro
Coffe Break
1º Painel – Dependência e Exclusão Social
O Álcool como Organizador da Dinâmica Familiar José Manuel RamosClínica do Outeiro, Sociedade Portuguesa de Alcoologia
Os CAD e o Envelhecimento – Vulnerabilidades Acrescidas?! Maria João AlmeidaInstituto Segurança Social, IP
(Re)Integração Socioprofissional do Dependente de Alcool Jorge TopaUnidade de Alcoologia do Porto, Sociedade Portuguesa de Alcoologia
Comentador/Moderador Santos SilvaDICAD ARS Norte
Almoço
2º Painel - Poli consumos, sexualidade, Afectos e doenças infecciosas
A experiência de um centro de redução de danos na prevenção, rastreio e acesso ao tratamento da infeção pelo VIH e hepatites virais João Santa MariaGAT
Sexualidade e Consumo de Substâncias Psicoactivas José PáduaCRI Ocidental da DICAD da ARSLVT
Pontes e cruzamentos entre álcool, drogas ilícitas e comportamentos de risco e afectos na era do VIH/SIDA Margarida SolizDICAD ARS Norte
Comentador/Moderador José QueirozAPDES
Coffe Break
3º Painel - Consumo de Substância Psicoactivas, Doença mental: o Duplo Diagnóstico
Consumo de substâncias psicoactivas e o Duplo Diagnóstico Célia FrancoAssociação Portuguesa de Patologia Dual
Exclusão Social na Dependência de Substâncias Psicoactivas Simão MataNorte Vida - Associação para a Promoção da Saúde; Investigador externo do Centro de Ciências do Comportamento Desviante da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto
Genes,Cérebro e substâncias Psicoativas Teresa SummavielleInstituto de Investigação e Inovação na Saúde – Universidade do Porto
Comentador/Moderador Aníbal FonteDepartamento de Psiquiatria de Viana do Castelo
Encerramento
21 Maio 2016
Curso
Substâncias psicoactivas, impacto na família e na sala de aula – O que fazer?
José Manuel RamosClínica do Outeiro, Sociedade Portuguesa de Alcoologia
Programa em Versão Impressão
Participantes
Máscara
A máscara é um objeto universal, e há relatos do seu uso em diferentes partes do mundo, em diferentes épocas. Segundo Nunley e McCarty as máscaras são o meio mais antigo de mudar de identidade.
António Norton questiona-nos: "Desde quando usamos máscaras? Desde quando tivemos de construir determinados eus para sermos aceites pelo outro? Provavelmente fomos construindo eus desde que nascemos... Mas então onde nos encontramos? Será que temos uma real identidade para além de todas estas máscaras com que alegremente nos vamos enfeitando todos os dias? Se tirarmos todas as máscaras, todas as construções que fizemos de nós próprios ao longo da nossa vida o que é que resta? "
As XXII Jornadas do GAF, pretendem refletir sobre o consumo de substâncias psicoativas e a doença mental, como um caminho para a exclusão social e também aqui, as máscaras assumem um papel preponderante, visto que quer as dependências quer a doença mental carregam também traços de identidade mascarados e é aqui que devemos atuar.
É preciso deixar cair a máscara!
Assim, eis que surge a ideia de aliarmos os trabalhos desenvolvidos nas nossas oficinas, em papel maché, com o tema destas jornadas.
Criamos então estas máscaras, que nos recordam que todos temos o desejo de adapatabilidade mas que nunca devemos perder a nossa essência.
A Comunidade de Inserção do GAF possui ateliers ocupacionais, com o objetivo de promover a inclusão social através do desenvolvimento de competências facilitadoras da integração pessoal, familiar e profissional.
A partir de Fevereiro de 2002 surgiu o conceito Oficinas como uma das componentes dos ateliers, tendo em vista a simulação em contexto real de trabalho dos utilizadores deste espaço.
A produção e a comercialização dos nossos produtos visam a melhoria da auto-estima do utente de forma a torná-lo independente.
As oficinas do GAF respeitam as antigas técnicas e matérias-primas do fabrico de papel. A produção é manual o que lhe confere um aspeto rústico e uma textura única.
O nosso papel é cuidado, é um produto cheio de carinho!

Para mais informações acerca das Oficinas aceda a www.gaf.pt/oficinas
Estacionamento gratuito das 8h às 19h no Parque do Campo da Agonia, no dia do Seminário (20 maio), mediante a apresentação do certificado de participação na caixa central. Ver Localização do Parque de Estacionamento no Google Maps.